O templo e a dançarina

Ele estava subindo as escadas do que parecia ser um grande palácio, e ao seu redor estavam multidões, porém ele não estava interessado em conversar.

Ele apenas continuava subindo as escadas, olhando tudo ao seu redor.
No horizonte, nuvens de tom alaranjado frente a um céu azul, e as construções com tons de beje.
Ele parecia estar subindo escadas de construções egípcias, mas não era bem assim, não, não era.

Havia também verde por todo lugar, e além do verde, hastes de metal elevadas formando um muro pontiagudo, e abaixo desse pelo muro de hastes, uma construção longa de cor beje que sustentava as hastes.

Pendurado ao muro que sustentava as hastes, por todo lado estavam pequenos jardins suspensos, a paisagem era de tirar o fôlego, e a escadaria que ele subia era tão extasiante quanto.

Ele continuava a subir e a obsevar, passando por diversas estruturas que pareciam ser de algum tipo de civilização mais avançada, porém ele não estava num lugar desconhecido, ele estava ali próximo a diversas pessoas que conversavam entre si em grupos.

Todos os grupos se uniam, mas ele não podia discernir muito bem o que eles estavam conversando, de qualquer forma ele não estava interessado, ele só queria subir as escadas.

E ao chega ao fim das escadas, se deparou com uma espécie de templo como nunca antes havia visto. O templo era totalmente aberto, similar a construções gregas com seus grandes pilares de mármore que sustentavam a estrutura superior.

Ele então olhou pra cima vendo imagens deslumbrantes, mas o que o surpreendeu foi ao ver uma garota que dançava.

Ela estava ali no templo dançando sem nenhuma música, apenas dançava e como se não bastasse a sua surpresa no momento de vê-la, ao olhar para o chão abaixo dos seus pés, algo o surpreendeu muito mais que o teto.

O chão parecia criar formas com o movimento da garota. Formas das mais diversas que se moviam junto com sua dança, como se abaixo do mármore que sustentava o seus pés, houvesse uma espécie de vidro e abaixo desse vidro, algum líquido de onde surgiam os desenhos.

Mas não pareciam desenhos, era real demais para serem desenhos, e acompanhava a dança da garota.
A estrutura mais próxima da sua realidade que conseguiu identifica na sua mente foram peixes.

Peixes que dançavam sem parar ao movimento da garota, porém não só isso acontecia.

Todos os desenhos ao mesmo tempo que se moviam iam se estabilizando.

E eles seguiam, e seguiam se estabilizando. A garota ia parando de dançar, e os desenhos encontravam o seu lugar

Se fixando totalmente ao chão.

Três peixes entrelaçados de maneira circular era o que ele enxergava nesse momento

E nada mais parecia se mexer, tudo estava em ordem e no seu lugar.

Ele olhou para o chão, colocou as suas mãos e agachado tentou ver o que poderia ter criado aquela alucinação.

De qualquer modo, ele não parecia precisar acordar

Pois tudo aquilo era real.

Ele se levantou e sem saber o que falar procurou a garota que estava a dançar. Mas ao olhar só pode notar que ela não estava mais lá.

O que o instigou parecia não mais aparecer, o que uma hora o alegrou parecia estar agora fixo ao chão sem exibir reações a qualquer tentativa.

Foi então que começou a dançar.

E como tudo o que ama se movimentar

A realidade tomou forma outra vez

O seu corpo parecia mais leve e um som tocava ao fundo, então porque não continuar?

E na sua própria realidade, aos poucos tudo sumiu.

E dançando ele caminhou para onde jamais tinha ido

Encontrou novamente a garota a dançar e sem nem mesmo antes perguntar, começaram a se juntar.

Dançavam juntamente com o ar e assim como o ar, se esvaíram pouco a pouco

Deixando naquele simples tempo apenas um toque de saudade e solidão.

Então toda multidão pode enfim descansar,

E pouco a pouco, novamente, tudo voltou ao seu lugar.

Os dançarinos, afinal, também precisam descansar.

Gerente de Marketing e escritor nas horas vagas. Este é o meu blog pessoal que utilizo como hobby, "arquivo de memórias" e utilidade.

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