Guia do Mochileiro das Galáxias. Vale a pena?

Se tem um livro que me faz rir até botar o rim pra fora, esse livro é o Guia do Mochileiro das Galáxias.

A sua saga completa são risos do início ao fim.

Bom, mas isso varia muito do seu tipo de humor, é claro
. Pra quem tem um humor altamente irônico, gosto por ficção científica, comédia non-sense e coisas do tipo, meus parabéns, seja bem vindo à uma leitura muito enriquecedora de conhecimento sem noção nos mais diversos pontos da galáxia.
Eu, no caso, me aplico nos três quesitos, comédia non-sense, ficção científica e (apesar de não entender muito a ironia verbal) amo também a parte das ironias.

Mas o livro não tem apenas isso, é claro, traz diversas críticas sobre cidades, conhecimentos tecnológicos, modelos de vida, e até mesmo críticas girando em torno da política (em uma parte do livro, Douglas Adams cita Lagartos comandando uma espécie reino humano, e os humanos não se importando com o fato).

Nos seus cinco livros, aparentemente, os primeiros foram mais voltados para comédia “non-sense”, e na medida em que o livro foi fazendo sucesso, ou até mesmo o livro foi ganhando uma “base mais forte” Adams começou a trazer algumas coisas com sentido real para o livro, como as críticas e tudo o mais.

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Livros:
1- O guia do mochileiro das galáxias
2- O restaurante no fim do universo
3- A vida o universo e tudo mais
4- Até mais e obrigado pelos peixes.
5- Praticamente inofensiva.
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Ou seja, não se preocupe se você pegar o livro 1 e não entender metade do que está escrito. É assim mesmo. Sinceramente, tem coisa que parece que nem foi feita pra se entender.

Bem, não consigo escolher um “preferido”. Tento parar pra pensar nas histórias de cada livro, e são muito variadas, cada um tem uma história que ri demais, ou que pensei demais. Todas são interessantes e te levam à viajar universo adentro.

Só pegue o seu gerador de improbabilidade e embarque na nave dos mochileiros para os lugares mais improváveis da galáxia.

PS: Chega de falar sobre, aqui vai uma das cenas sem noção que não consegui segurar o riso.
Recomendo muito ler outra cena, no livro 2, quando o boi é servido como alimento no restaurante no fim do universo.
PS2: O livro possui um filme, do qual posso falar mais tarde.

Cena do livro 5- Praticamente inofensiva Pag 40,41.  Ford Prefect – Sanduíche de Arenque.

—Nessa cena Ford Prefect estava tentando capturar um robô— Na íntegra
        “Bom, a lógica é uma coisa maravilhosa, mas possui, tal como os processos de
evolução descobriram, algumas desvantagens.
         Qualquer coisa que pense logicamente pode ser enganada por outra coisa que
pense no mínimo tão logicamente quanto ela. A maneira mais fácil de enganar um robô
completamente lógico é alimentá-lo com a mesma seqüência de estímulo várias vezes,
de forma que fique travado em um loop. Isso foi muito bem demonstrado pelos famosos
experimentos do Sanduíche de Arenque, conduzidos milênios atrás pelo IMDLDCSO
(Instituto Maximegalon para Descobrir Lenta e Dolorosamente Coisas
Surpreendentemente Óbvias).
         Nesses experimentos, um robô era programado para acreditar que gostava de
sanduíches de arenque. Na verdade, essa era a parte mais difícil da experiência. Uma vez programado para acreditar que gostava de sanduíches de arenque, um sanduíche de
arenque era colocado diante do robô. E então o robô pensava consigo mesmo: Humm!
Sanduíche de arenque! Adoro sanduíches de arenque.
         Então ele se inclinava e apanhava o sanduíche com a sua colher para
sanduíches de arenque e se endireitava novamente. Infelizmente para o robô, ele era
projetado de uma maneira que a ação de se endireitar fazia com que o sanduíche de
arenque deslizasse da sua colher e caísse no chão à sua frente. E então o robô pensava
consigo mesmo: Humm! Sanduíche de arenque!… etc. e repetia a mesma ação muitas
vezes seguidas. A única coisa que impedia que o sanduíche de arenque ficasse de saco
cheio daquela palhaçada toda e fosse procurar outras maneiras de passar o seu tempo era
que o sanduíche de arenque, por não passar de um pedaço de peixe morto entre duas
fatias de pão, estava um pouquinho menos ciente do que estava acontecendo do que o
robô.
         Os cientistas do Instituto descobriram então que a força motriz por trás de toda
mudança, desenvolvimento e inovação na vida era a seguinte: sanduíches de arenque.
         Publicaram um artigo sobre isso, mas ele foi amplamente criticado por ser muito idiota.
         Os cientistas verificaram os seus cálculos e perceberam que, na verdade, haviam
descoberto o “tédio”, ou melhor, a função prática do tédio. Extremamente animados,
foram em frente e se depararam com outras emoções, como “irritabilidade”,
“depressão”, “relutância”, “nojo”, etc. e tal. A outra grande descoberta foi feita quando
os cientistas pararam de usar os sanduíches de arenque e, subitamente, toda uma nova
gama de emoções se tornou acessível para os estudos, tais como “alívio”, “alegria”,
“vivacidade”, “apetite”, “satisfação” e, a mais importante de todas, o desejo de
“felicidade”.
         Essa foi a maior das descobertas.”

Gerente de Marketing e escritor nas horas vagas. Este é o meu blog pessoal que utilizo como hobby, "arquivo de memórias" e utilidade.

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