A existência inspira,
transpira,
transborda,
transforma minh’alma que nem sei porque.
Não sei nem dizer como que pode ser, saber que um dia não soube falar,
Não quis escutar, não parou para ver, não quis escrever, não soube pensar.
A existência inspira,
transpira,
transborda,
flui como água sem nenhum vetor.
Não tem direção para começar,
palavra ou frase que queira falar.
Deixa de ser o que podia ser
pra virar qualquer coisa em qualquer lugar.
A existência inspira,
transpira,
transborda,
se perde no tempo em que começou.
Leva de volta o que quer para si
Tira de mim todo o que me entregou.
A existência inspira,
transpira,
transborda,
Chega no fim para recomeçar.
Traz de volta o que quer para mim
Mas leva pra si, o que quiser levar.
A existência inspira,
transpira,
transborda,
é o próprio começo do fim de existir.
Osvaldo Guimarães.